
Meditação sobre o amor de
Deus
Querei
saber como se deve amar a Deus?
Respondo:
o motivo do amor a Deus é o próprio Deus
e a medida de amá-lo é amá-lo sem medida.
Não amamos a Deus sem sermos recompensados,
embora não devamos amá-lo pensando em
recompensa.
O verdadeiro amor não é sem proveito,
mas também não é mercenário,
pois não procura seus próprios interesses.
É um movimento do coração,
não é um contrato.
Não se pode comprá-lo ou adquiri-lo,
por meio de um mercado.
É espontâneo
e nos torna espontâneos como ele.
Se alguém ama o outro,
subordinando-o,
é a si mesmo que ele ama,
não ao outro.
No primeiro grau do amor,
o homem se ama para si mesmo.
Ele é carne
e nada sabe julgar fora da carne.
Depois,
quando começa a perceber
que não pode bastar-se a si mesmo,
começa a procurar Deus,
pela fé e pelo amor,
como um auxílio que lhe é necessário.
No segundo grau,
o ser humano ama Deus,
mas para si,
não ainda por Ele.
Pouco a pouco,
a familiaridade que vai adquirindo
a que lhe revela
quanto Deus é suave
o faz passar para o terceiro grau,
que é amar a Deus,
não para si,
mas por Ele mesmo.
Normalmente,
o homem para neste estágio.
Não sei se haverá alguém,
sobre a terra,
que atinja perfeitamente o quarto grau,
em que o homem não se ama a si mesmo
a não ser por Deus.
Se alguém já o experimentou,
que o diga.
Para mim, confesso, isto até agora
me foi impossível.
Mas não duvido que este será
nosso quinhão na eternidade.
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